
No bicentenário da Independência do Brasil, o jornal Folha de São Paulo em parceria com com a Associação Portugal Brasil 200 anos e o Projeto República, núcleo de pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais, reuniu um time de peso para uma missão árdua e especial: selecionar 200 livros para pensar e entender o Brasil, em toda a sua multiplicidade, resultando na iniciativa “200 anos, 200 livros”. Para isso, foram convidados 169 intelectuais, resultando numa lista que atravessa gerações, de obras clássicas à contemporâneas.
Aqui no Festival Literário Internacional de Itabira, o público tem a oportunidade de, pela primeira vez, ter acesso aos livros presentes na lista que estão disponíveis atualmente no mercado editorial brasileiro. É só vir até a Livraria Oficial do Festival para mergulhar na história do Brasil junto com o Flitabira e os “200 anos, 200 livros”.
Mais sobre “200 anos, 200 livros”
A ideia surgiu do escritor e jornalista português José Manuel Diogo, fundador da Associação Portugal Brasil 200 anos. Para a formação do conselho curador, foram levadas em conta questões como raça e gênero, contemplando as cinco regiões brasileiras, além de Portugal, Moçambique e Angola. “200 anos, 200 livros é uma fotografia, um daguerreótipo, um retrato em lombadas, que ‘explica’ um Brasil diverso, global, moderno, que tem uma consciência exata do seu passado, do lugar que hoje tem no mundo, dos seus desafios futuros e dos caminhos para os trilhar”, comentou José Manuel Diogo à época do lançamento do resultado final da lista. José Manuel Diogo é convidado do Flitabira e participa da mesa “Aula de português”, neste sábado, 4 de novembro, às 14h30, ao lado de Taiane Santi Martins e Ricardo Ramos Filho.
Entre os livros mais citados pelos participantes do projeto, estão clássicos como “Quarto de despejo”, de Carolina Maria de Jesus, “Grande sertão: Veredas”, de João Guimarães Rosa, e “A hora da estrela”, de Clarice Lispector. Obras contemporâneas como “A queda do céu”, de Davi Kopenawa e Bruce Albert, “Brasil: Uma biografia”, de Lilia Schwarcz e Heloisa Starling, e “Um defeito de cor”, de Ana Maria Gonçalves também marcaram presença.
Autores participantes do Flitabira integram a lista “200 anos, 200 livros”
Um dos livros mais votados pela comissão de 169 intelectuais brasileiros e internacionais é “Ideias para adiar o fim do mundo”, obra lançada pelo escritor Ailton Krenak, que participa da mesa “O homem; as viagens”, ao lado de Sérgio Abranches, nesta quarta-feira, 1º de novembro, às 19h. Outra obra de Krenak também está presente na lista: “A vida não é útil”. A escritora mineira Conceição Evaristo integra o projeto com dois livros: o romance “Becos da Memória” e o volume de contos “Olhos d’água”. Evaristo receberá aqui no Flitabira o Prêmio Juca Pato de Intelectual do Ano, além de participar da mesa “O sentimento do mundo”, junto à Ministra do STF Cármen Lúcia, no dia 04 de novembro, às 21h.
Quem também está na lista “200 anos, 200 livros” é a escritora Eliana Alves Cruz, com o romance “Água de barrela”. Eliana participa da mesa “Mãos dadas”, ao lado de Andréa Pachá, no sábado, dia 04, às 17h30. E é claro que o poeta símbolo de Itabira não poderia ficar de obra. Carlos Drummond de Andrade foi citado com as obras “Claro enigma”, “Sentimento do mundo” e “A rosa do povo”.
Texto de Gabriel Pinheiro
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