Por Letícia Finamore

Na tarde deste sábado, 1.º de novembro, o poeta e educador Thiago SKP apresentou a oficina “O avesso do verso”. O título pode ser uma referência ao título “O avesso da pele”, do livro escrito por Jeferson Tenório, um dos curadores do 5.º Flitabira. Mas o tema também é ilustrado logo no início da atividade, quando SKP fala sobre palíndromos – palavras ou frases que têm o mesmo sentido se lidas da esquerda para a direita e vice-versa, do lado “certo” e do lado “do avesso”. Como exemplos, citou os casos “ame o poema” e “socorram-me, subi no ônibus em Marrocos”, e em seguida deu um conselho que foi repetido ao longo da oficina: “Sejamos palíndromos. Não devemos ter medo de quem somos”.

Ao longo da oficina, Thiago compartilhou informações que norteiam sua escrita, como é o caso de figuras de linguagem. Para exemplificar as três das mais usadas pelo escritor (hipérbole, antítese e metonímia), SKP se muniu da rima e do improviso. Também falou sobre a poesia marginal que, mesmo que nem sempre siga à risca a norma culta da língua, é uma forma de se comunicar. Afinal, a comunicação só é eficaz quando é compreendida. 

O encontro foi permeado por poesia: em intervalos entre esses diferentes temas, foram performados poemas, marcando a lírica das cadências e ritmo dos versos. Thiago declamava, primeiramente, textos de poetas que admira; em seguida, lia textos de sua autoria ou, então, lançava-se ao improviso. Em uma das dinâmicas, rimou a partir de palavras citadas pelo público: chacina, lagoa, resistência, resiliência, strogonoff, borboleta, abraço, essência e notebook. “Nunca terá uma rima como a nossa, aqui e agora”, disse para se referir ao público presente. 

Em uma de suas linhas, SKP disse: “a vida me fez poeta muito mais do que a Patrícia”, referenciando a jornalista com o mencionado sobrenome. Ao longo do período de realização de sua oficina, Thiago mostrou para o público como poemas devem ser escritos: com o coração. Por isso, afirmou: “Não espero chegar e ficar na cabeça das pessoas, quero mesmo é chegar no coração delas”. Foi passado, então, um exercício para o público: o de escrever versos conforme a intuição de cada pessoa presente. Thiago incentivou as pessoas, dizendo como escrever poesia é rasgar as cicatrizes emocionais, deixando os sentimentos à mostra.

Depois de alguns minutos reservados para a escrita de versos, SKP leu alguns dos feitos ali, pelo público, no auditório da Biblioteca da FCCDA. Disse ter se emocionado com alguns deles, e por isso declamou, anonimamente, alguns exemplos. Também mencionou os versos que organiza para publicá-los em breve. Antes de finalizar, promoveu mais uma sessão de improviso, desta vez utilizando as seguintes palavras: amor, vida, riso, Tereza, escuta, governo, espírito, paralelepípedo, andança, comida e caos.

Veja, a seguir, como foi a oficina:

Sobre o 5.º Flitabira

O 5.º Flitabira é patrocinado pela Vale, via Lei Rouanet do Ministério da Cultura, e tem apoio da Prefeitura de Itabira. Com uma programação extensa, para todos os públicos e idades, o 5.º Flitabira promove debates literários, lançamentos de livros, contação de histórias para crianças, prêmio de redação e desenho, apresentações musicais e teatrais e oficinas, tudo ao redor de uma imensa e linda livraria. Criou também o “Flitabira da Gente”, dedicado aos empreendedores locais.

Serviço

5.º Festival Literário Internacional de Itabira – Flitabira
De 29 de outubro a 2 de novembro, quarta-feira a domingo
Entrada gratuita
Local: Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade e avenida lateral.
Toda a programação é transmitida on-line pelo Youtube @flitabira

Informações para a imprensa

imprensa@flitabira.com.br
Jozane Faleiro – 31 99204-6367
Laura Rossetti – 31 99277-3238
Letícia Finamore – 31 98252-2002