por Adalmo

Escritores debateram esses e outras temas na programação desta tarde do 4.º Flitabira

Bianca Santana iniciou a mesa convidando os outros autores a falarem de como o tema do festival, “Literatura, Amor e Ancestralidade”, se entrelaça com a literatura que eles produzem. A doutora em ciência política Débora Thomé revelou que a sua escrita vem do desejo de dar orgulho à sua família, mas também, inevitavelmente, da vontade de “recontar histórias que você ouviu a vida toda”. Em relação ao seu último livro, “Candidatas: os primeiros passos das mulheres na política no Brasil”, feito em parceria com Malu Gatto, ela afirmou: “Nem esse eu soube fazer sem amor”. Sérgio Abranches, por sua vez, abriu para o público histórias de sua família, em que “homens morrem muito cedo” e, portanto, “era composta praticamente de mulheres, todas elas independentes demais pra época delas”. Ele explicou que aprendeu a ler literatura nas casas dessa família, em bibliotecas repletas de livros.

Bianca então resgatou que os autores têm em comum entre si o fato de serem jornalistas, e indagou: “Como é que o jornalismo perpassa a escrita de vocês?” Débora trouxe casos engraçados sobre um gosto eclético, indo de seu bloco de Carnaval, “Mulheres rodadas”, até filmes iranianos, referências que transformaram “essa forma de comunicar o escrito pra muito além”. Declarou: “Quero descobrir novas palavras, novos enredos, novas formas de criar mundos. Acho que é esse novo mundo que me interessa”. Abranches afirmou que apesar do alto volume de escrita que o jornalismo exige, foi nessa área que surgiu o seu primeiro texto literário. A história criada surgiu como um artifício para fugir da censura numa época em que censores faziam parte das redações dos jornais brasileiros. Devolvida a pergunta para ela, Santana relembrou sua prática como batuqueira e os ensaios de Carnaval em meio à escrita de sua tese de doutorado. Após se questionar sobre o equilíbrio entre os dois mundos, ela os uniu e desabafou: “Não é possível que  demorei tanto para perceber que eu estava fazendo a mesma coisa”.

Posteriormente, Débora pediu para que os outros escritores falassem sobre as idas e vindas entre ficção e não ficção e de que maneira eles transitam entre os dois. Sérgio logo esclareceu: “Escrevo a ficção sobre aquilo que eu não consigo escrever como ensaio”. Bianca revelou que tem “muito medo da ficção” e está receosa em se arriscar no gênero para um projeto em desenvolvimento. Thomé encerrou o tópico defendendo que “a ficção mexe muito com os sentidos” e que “escritor que não tem poro aberto, escritor que não se emociona, deve ir fazer outra coisa”.

Para finalizar a mesa, os autores discorreram sobre a conexão entre suas obras e a política. Bianca trouxe um trecho referente às manifestações de 2013 vindo de seu livro “Arruda e Guiné”. Segundo ela, essa é a sua obra que mais aborda a política, “mais possui esse teor”. Débora destacou sua luta na defesa dos direitos das mulheres e defendeu que “um escritor tem que saber qual é o lugar do mundo que ele ocupa”. Em seguida, afirmou: “O jeito que eu sei fazer um mundo melhor, o dom que as deusas me deram foi o da escrita”. Na sua vez, Sérgio revelou ser “um sociólogo que escreve política” e defendeu categoricamente que “tudo é política, todos os nossos atos são políticos”. Dentro dessa atmosfera, Thomé finalizou a conversa celebrando: “É muito bom saber que a escrita continua viva”.

Sobre o Instituto Cultural Vale

O Instituto Cultural Vale acredita que a cultura transforma vidas. Por isso, patrocina e fomenta projetos em parcerias que promovem conexões entre pessoas, iniciativas e territórios. Seu compromisso é contribuir com uma cultura cada vez mais acessível e plural, ao mesmo tempo em que atua para o fortalecimento da economia criativa. Desde a sua criação, em 2020, o Instituto Cultural Vale já esteve ao lado de mais de 800 projetos em 24 estados e no Distrito Federal, contemplando as cinco regiões do País. Dentre eles, uma rede de espaços culturais próprios, patrocinados via Lei Federal de Incentivo à Cultura, com programação gratuita, identidade e vocação únicas: Memorial Minas Gerais Vale (MG), Museu Vale (ES), Centro Cultural Vale Maranhão (MA) e Casa da Cultura de Canaã dos Carajás (PA). Onde tem Cultura, a Vale está. Visite o site do Instituto Cultural Vale: institutoculturalvale.org

Sobre o Flitabira

A 4.ª edição do Festival Literário Internacional de Itabira – Flitabira – acontece entre os dias 30 de outubro e 3 de novembro de 2024, quarta-feira a domingo, na Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade (Av. Carlos Drummond de Andrade, 666, Centro), com entrada gratuita.

Com o tema “Literatura, Amor e Ancestralidade”, o 4º. Flitabira tem o patrocínio do Instituto Cultural Vale, via Lei Rouanet do Ministério da Cultura, com o apoio da Prefeitura de Itabira.

Serviço:

4.º Festival Literário Internacional de Itabira – Flitabira

De 30 de outubro a 3 de novembro, quarta-feira a domingo

Local: programação presencial na Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade (Av. Carlos Drummond de Andrade, 666, Centro) e programação digital no YouTube, Instagram e Facebook – @flitabira

Entrada gratuita

Informações para a imprensa:

imprensa@flitabira.com.br

Jozane Faleiro  – 31 99204-6367/ Letícia Finamore – 31 98252-2002